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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Exposições no Museu de Arte do Rio de Janeiro: 'Kurt Klagsbrunn, um fotógrafo humanista no Rio', 'Evandro Teixeira, a constituição do mundo' e 'Ângulos da notícia'


O fotojornalismo, como o próprio nome já esclarece, é um gênero do jornalismo em que a fotografia é primordial na veiculação das notícias. Com um olhar atento e curioso, o profissional registra fatos diversos relacionados ao cotidiano de uma cidade, que vão desde eventos a manifestações, passando por questões sociais e políticas. No ano em que o Rio de Janeiro, berço de nomes importantes do gênero, completa seus 450 anos, o Museu de Arte do Rio (MAR), na Zona Portuária, tem três exposições que ressaltam a importância do fotojornalismo e dos fotojornalistas, totalizando mais de 500 imagens. São elas: Kurt Klagsbrunn, um fotógrafo humanista no RioEvandro Teixeira, a constituição do mundo, ambas abertas à visitação até 31/01, e Ângulos da Notícia - 90 anos de fotojornalismo do Globo.

Austríaco de nascimento e judeu, Klagsbrunn desembarcou no Rio em 1939, depois de se ver obrigado a abandonar os estudos de medicina por conta da ascensão do nazismo no continente europeu. Com uma Leica em mãos, passou a registrar cenas do cotidiano carioca em composições em preto e branco, como jovens caminhando pelo calçadão de Copacabana, engraxates na Cinelândia, operários, dançarinos de gafieira, rodas de samba e os luxuosos bailes no Theatro Municipal. Trabalhou para as principais revistas da época, como Fon-Fon, Rio Magazine e Revista do Comércio, mas também registrava casamentos, aniversários, desfiles de moda e as principais personalidades da cena carioca, como Oscarito, Bibi Ferreira e Oscar Niemeyer.

A coordenação da mostra é assinada pelo casal Martha e Victor Hugo Klagsbrunn, sobrinho de Kurt. "As pessoas eram retratadas com uma dignidade característica de seu olhar. A descontração nas calçadas da Cinelândia ou na praia, a exuberância e a alegria das festas populares eram percebidas como uma coreografia urbana. Esse olhar, porque humanista, liberava Kurt de condicionamentos da educação europeia e lhe permitia apreender o corpo, o gesto em seu vigor e despojamento, sem embelezá-lo, aceitando a presença de certa 'sujidade' naquilo que estava em volta. Era um ver simples: o que está faz parte", comentam.

Com quase 60 anos de carreira, boa parte dela no Jornal do Brasil, onde trabalhou por cinco décadas, Evandro Teixeira tem sua trajetória revisitada na exposição que reúne mais de 150 de suas obras, sob curadoria de Paulo Herkenhoff, diretor cultural do MAR. Em destaque, imagens que retratam o universo da praia, das manifestações sociais durante a Ditadura Militar, da questão indígena e do sertão brasileiro. "Diferentemente da geração de fotojornalistas anterior à sua, a qual buscou trazer à luz do Brasil 'profundo' e 'ancestral', politicamente mantido à distância, Evandro faz da fotografia um ato diário de resistência à opacidade do mundo, íntimo e imbuído de identificação", afirma o curador.

Já Ângulos da Notícia - 90 anos de fotojornalismo do Globo, joga luz sobre o Rio representado nas páginas do jornal, reunindo mais de 150 imagens. Cada núcleo da mostra terá seu texto assinado por jornalistas e colunistas do periódico: Miriam Leitão escreverá sobre o período da ditadura, ao passo que Merval Pereira contextualizará o cenário anterior ao ano de 1961 e o processo de redemocratização que levou à Constituição de 1988, por exemplo. 

A três exposições ressaltam a importância do fotojornalismo e integram uma série que recebe, ainda, mostras sobre as revistas O Cruzeiro e Manchete, que serão organizadas em breve.