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terça-feira, 21 de abril de 2015

"Adubo ou a sutil arte de escoar pelo ralo" tem únicas apresentações no Galpão Gamboa

Espetáculo com Juliano Cazarré aborda a morte de maneira natural e por vezes cômica
Sucesso de público e crítica no país e um marco na história do teatro de Brasília, o espetáculo "Adubo ou a sutil arte de escoar pelo ralo", uma criação de 2005 da Cia de Teatro Universitário Candango, chega à Gamboa nos próximos dias 25 e 26 de abril. Em cena, Juliano Cazarré, Rosanna Viegas, André Araújo e Pedro Martins apresentam histórias que tratam da morte, propondo uma maneira mais natural de lidar com este misterioso e indesejado momento.

Trabalhando sempre com as oposições entre vida e morte, claro e escuro, trágico e cômico, o espetáculo leva o público a refletir sobre a morte e a encará-la como parte da vida, de um ciclo que se renova constantemente. A direção é de Hugo Rodas, diretor uruguaio radicado em Brasília desde a década de 70. A dramaturgia é uma criação conjunta dos próprios atores, que realizaram uma extensa pesquisa sobre o tema "morte", buscando informações na filosofia clássica, na literatura, na medicina, na psicologia e em diversas religiões.

A peça integra a programação do Gamboavista. Com curadoria do ator e diretor Cesar Augusto e direção artística de Marco Nanini e Fernando Libonati, a 4ª edição do projeto do Galpão Gamboa vai até o dia 10 de maio e conta com espetáculos teatrais (adultos e infantis) e shows.

Adubo ou a sutil arte de escoar pelo ralo

Contando histórias que trazem a morte ora com pano de fundo, ora como personagem, o grupo alterna momentos de grande emoção, comicidade, lirismo e, por vezes, terror. São três histórias, principais que atravessam o espetáculo.

A primeira delas trata da morte de Balu, um cãozinho filhote. Aqui, o grupo observa a morte pelos olhos de uma criança, o jovem dono do cachorrinho. Seu pai tenta lhe explicar o que é a morte, seu caráter irreversível e como aceitá-la. A segunda história se passa num bar, onde três ébrios e seu fiel garçom conversam sobre a morte, sobre aproveitar cada dia como se fosse o último e até sobre o suicídio. A terceira história é uma adaptação de bela parábola budista. Uma mãe busca um remédio para a morte do filho até que encontra Buda, aqui sob a forma de um malandro carioca. Ele sugere que um simples grão de mostarda de uma casa onde não tenha morrido ninguém pode resolver a questão. Ao perceber que em todas as casas há mortos, ela tem a revelação que lhe trará paz.

Várias outras histórias se interpõem às três principais. A passagem de uma para outra é rápida e orgânica, não há mudança de figurino ou maquiagem. Desta maneira a diferença entre os personagens se dá apenas na interpretação dos atores e na iluminação. Passando rapidamente de uma cena emocionante para outra cômica, por exemplo, o público é colocado numa montanha russa de emoções, onde risos e lágrimas se misturam.

Pendurado na beira de um penhasco, um príncipe pede socorro, a situação ganha contornos surreais quando um homem se recusa a salvá-lo, questionando os motivos fúteis do nobre para continuar vivo. Numa encenação de um conto judaico, uma mulher traz consigo todo o peso de revelar ao marido a morte dos filhos enquanto este viajava a trabalho. No cangaço brasileiro, onde a honra é a lei máxima que rege as ações, Teolinda Ferreira se vê obrigada a ensinar uma dura lição a seu filho Jesuíno, que cometeu a pior falha de todas: a traição. Um homem, que tentou cometer o suicídio cortando sua garganta, é condenado à morte em praça pública por enforcamento. O absurdo da situação fica ainda maior quando o enforcamento se mostra inútil, devido à ferida no pescoço do condenado. Uma suicida no fundo do mar após atirar-se para a morte. Um homem, interrogado e torturado por um tirano e seu hilário auxiliar, é condenado a morte por seu desconcertante niilismo. E há também intervenções feitas por personagens, como o rap do menino que perdeu seu cachorrinho ou a exortação bíblica contra o suicídio feita por um bêbado em pleno boteco.


Ficha técnica
Direção: Hugo Rodas
Concepção e atuação: Juliano Cazarré, Rosanna Viegas, André Araújo e Pedro Martins
Luz: Caetano Maia

Classificação: 14 anos
Duração: 75 minutos

Serviço:
Datas: 25 e 26 de abril
Horário: sábado, às 21h, e domingo, às 20h
Local: Galpão Gamboa - Teatro
Capacidade: 80 lugares
Endereço: Rua da Gamboa, 279 - Centro - RJ
Telefone: (21) 2516-5929
Ingressos: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia) /R$ 5 (para moradores dos bairros da Zona Portuária, apresentando comprovante de residência)
Vendas de ingressos:
- No Galpão: Terça a quinta: das 14h às 19h (Nos dias de espetáculo a bilheteria funciona das 14h até a abertura da sala ou até esgotarem os ingressos)