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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Estudo trata de sistemas de informação do SUS


"Um Sistema de Informação em Saúde (SIS) do Sistema Único de Saúde (SUS) é sociotécnico com predominância de processos interpessoais e constituído, de forma indissociável, pelas dimensões dos marcos da institucionalidade do SUS, do Modelo de Atenção à Saúde, das opções da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em Saúde, do contexto da organização local de seu uso e da dinâmica estabelecida pelos atores sociais envolvidos". É o que aponta a tese do aluno de doutorado em Saúde Pública da ENSP José Muniz da Costa Vargens. Segundo ele, esse sistema possui propriedades que o caracterizam como complexo, pelo seu aspecto de instabilidade, irredutibilidade, adaptabilidade e emergência, e cuja fronteira não se limita a um artefato de software. Em redes sociotécnicas, como os SIS do SUS, os artefatos de software interagem com humanos, organizações e sociedade, influenciando e sendo influenciadas por essas relações.

De acordo com o estudo, a saúde pública tem como principais características a inter-relação entre pessoas e a interoperação entre equipamentos e pessoas, profissionais e cidadãos. “Essas inter-relações e interoperações são processos que usam, produzem, atribuem ou modificam sentidos a informações. A impossibilidade de fatoração desses processos torna coerente a adoção do enfoque sociotécnico durante a fase de projeto dos SIS do SUS. O SIS do SUS é indissociável de seu contexto”, destacou Vargens.

O objetivo da tese foi analisar as implicações, para a utilização pela gestão e atenção à saúde dos Sistemas de Informação em Saúde do SUS, da escolha do método adotado no processo de sua projetação e desenvolvimento como contribuição para a melhoria de sua qualidade. A pesquisa é de natureza teórico-exploratória e visa aplicar o enfoque sociotécnico da Engenharia de Sistemas para projeto e especificação de um sistema de informações em saúde para o SUS. “Há uma ênfase na etapa de identificação de requisitos, isto é, no processo de compreensão e definição dos serviços requisitados do sistema e identificação de restrições relativas à operação e ao desenvolvimento do sistema”, informou.

A tese propõe novos métodos da engenharia de software, privilegiando o local, o situado (resistência ao global, ao universal), o caso a caso, a contingência, a complexidade (em vez de simplificações), conhecimentos não formalizáveis, os transbordamentos (em vez de enquadramentos). Vargens explicou que a ideia do local, o situado como ponto relevante na tarefa de design e desenvolvimento de sistemas de informações traz a possibilidade de criar SIS do SUS capazes de lidar com um modelo institucional federalista que abarque características específicas dos ‘brasis reais’. Já a questão de modelar a poliarquia com igualdade entre os componentes não é atingível com a simplificação da representação centrada nos processos, mas é possível na abordagem sociotécnica, porque nela se enfatiza relações entre os processos, explicou. E ainda, a pressuposição do controle e do conhecimento completo a priori em projetos e implantações de SIS do SUS faz com que apareçam, com certa frequência, em relatos de experiências a decepção dos usuários e dos profissionais de TIC diante de comportamentos inesperados do sistema de informações. Por fim, olhar o que está fora do modelo padrão, do enquadramento tradicional permite notar diferenças e relações entre os componentes do sistema, completou.

Intitulada Uma abordagem sociotécnica para design e desenvolvimento de sistemas de informação em saúde no âmbito do SUS a tese foi defendida, no dia 29/8, sob orientação da pesquisadora Ilara Hämmerli Sozzi de Moraes, pelo aluno de doutorado em Saúde Pública da ENSP José Muniz da Costa Vargens, que possui graduação em Engenharia Elétrica (1979), mestrado em Engenharia Elétrica Sistemas (1985) e doutorado em Doutorado em Engenharia Elétrica (2002), todos pela Pontifícia Universidade Católica, RJ. Atualmente é analista de sistemas senior da CTIS Tecnologia - Matriz, com experiência na área de Saúde Coletiva, ênfase em Saúde Pública.